Sociedade por quotas
É o mundo em que vamos andando, entalados por plafonds ou chicoteados por metas a atingir. Um mundo de retórica oca, abstrata, onde tudo se orienta por quotas.
Na pesca da sardinha e na produção leiteira. Na atribuição de lugares políticos às mulheres. (E, lá virá, estou certo, também aos outros géneros ou opções sexuais). Recentemente na repartição do ónus de acolhimento dos refugiados do Oriente e do Norte de África. Tudo discutido longe das pessoas segundo o critério das quotas.
Assim vai o nosso quotidiano de contas aflitas, o produto da gestão danosa de recursos e de concursos. Do peixe e da guerra.
Quanto a este último e mui premente e complexo aspecto - o das vítimas da ditadura síria ou do terrorismo islâmico - felizmente algumas almas caridosas vão-se antecipando, por sua iniciativa, aos demorados cálculos aritméticos dos governantes. Disponibilizam-se, realizam a sua quota pessoal. Notável! - nestes tempos em que vivemos realmente uma visão de responsabilidade muito limitada.