O brinde da segunda conta bancária
O Grande Pai Tsipras (GPT) conseguiu, assim, além da significativa substituição da Troyka pelas Instituições, uma Grécia de bancos encerrados e o dinheiro a conta-gotas, supostamente até ao referendo da próxima semana. Na hora da verdade, sentiu a sua legitimidade democrática fugir-lhe debaixo dos pés e escondeu-se atrás da dita consulta popular. Agora apela ao «não» - a quê não se sabe exactamente, o enunciado referendando ainda não foi formulado - e persiste num complicado jogo de piscares de olho, ora virado para dentro, ora virado para fora.
Enquanto o mundo inteiro segue apaixonadamente a tragédia grega e os costumeiros donos da Democracia invectivam as Instituições, talvez seja pertinente, cálculos financeiros à parte, pensar a seguinte questão: à diária de 60,00€ atribuida a cada grego, acresce mais um tanto aos felizardos que tenham outra conta bancária aberta no estrangeiro!
Obviamente, não serão esses os gregos mais pobres... Do ponto de vista meramente humano - vá lá, socialista - não era expectável que quem possuisse conta noutro país mandasse vir de lá a massa?
Por onde andará o rigor distributivo do GPT? Perdido em alguma das suas muitas viagens ao mundo capitalista? Vendido a qualquer potentado neoliberal? Roubado por Maria Luís Albuquerque?