A correspondência particular de Sócrates
Assaltaram a malaposta! Entre Évora e Lisboa os vilões tolheram a estrada de bacamartes em punho e, entre o vazio dos cofres e a magreza das pilecas, resolveram compensar-se violando os sacos de correspondência. Nada como a sensualidade da escrita dos namorados, ter-se-ão resignado, já esquecidos do império das mensagens SMS. Só assim chegaram à carta de Sócrates para António Campos.
Muito bem redigida, diga-se. Dividida em capítulos, decerto provas a rever do romance do presidiário 44. Longa, pormenorizada, esclarecedora. Umas inexcedíveis memórias do cárcere...
E um abominável atentado à reserva literária, aos direitos de autor, este assalto na estrada de Évora. Sabe-se, entretanto, serão tomadas providências, redobrada a guarda, garantem as autoridades, outros roubos não se repetirão. O que, felizmente, significará só no final ficaremos a saber de que fonte brotava a massa abundantemente gasta por Sócrates em Paris. E por aí também...