Um habeas corpus com água no bico
Desta vez a tolice não é rematada. Nem munição desperdiçada. O habeas corpus na quelha versa matéria que não merece o consenso dos juristas. E, sobretudo, vai ser apreciado por um Conselheiro demitido, quando director da PJ, pelo interessado, o então nosso duce Sócrates.
Tanto este como aquele podiam suscitar o incidente da suspeição. Ambos não quiseram. Quanto ao magistrado, saber-se-á porquê. As razões de Sócrates são limpidas: se o habeas corpus for rejeitado, a razão é só uma: revanche. Se o pretenso revanchista julgar condicionado por esse inevitável anátema político, acabará deferindo o pedido. Em qualquer caso, Sócrates marca pontos, algures entre o totobola e o euromilhões.
Mais a mais, uma Esquerda ensurdecedora fará calar o óbvio e ampliar o ruído de um Estado afinal não de Direito. Pois não é: e só assim Sócrates consegue esconder-se atrás do seu cargo de 1º Ministro para calar cassetes e escutas e todas as evidências para as quais, de outro modo, não tem explicação plausível.