O Sr. Silva e o Sr. Faria
O Observador tem indiscutivel qualidade. Pena é não ter necrologia. Valem, a substituí-la, os cronistas e, sobretudo, os comentadores dos cronistas.
Estes fenómenos tecnológicos, outrora impensáveis, permitem, afinal, todos poderem exercer o jornalismo e a política, tal qual até agora só proliferavam os treinadores de bancada.
É naquele jornal on line o caso do Sr. Silva e do Sr. Faria. Eles estão lá especialmente quando se discorre e analisa a odisseia de Tsipras e de Varoufakis. Contra todos os ventos e outras ratoeiras dos deuses. Mas sempre por mero capricho do Destino, jamais na militância oposicionista que a sua constância faz ou faria supor.
Interpelados por outros comentadores, a quem já não afligem os autênticos dislates escritos em cega obediência ao seu credo político, respondem de modo diverso - um mais azedamente, o outro com assinalável e louvável sentido de humor.
E ao longo de dezenas de comentários - embora encontrando-se ali apenas de fugaz passagem - o Sr. Silva e o Sr. Faria não deixam sem resposta uma só frase que os contradiga. É um programa! Vale a pena assistir.
O que eles sabem e divulgam! O que eles se esforçam para explicar que Portugal, como a Grécia, devia enfrentar o Eurogrupo sem gravata e sem vontade de trabalhar! Nem de vencer a "batalha da produção", como não preconizava o inesquecível camarada Vasco Gonçalves.