A sabedoria grega
A Grécia revela-se absolutamente modelar no exercício do direito de manifestação e protesto. Os gregos, é sabido, não gostam da União Europeia, a quem imputam culpas da austeridade em que são obrigados a viver. Austeridade essa a que, como é sabido também, o seu 1º Ministro Alexis Tsipras prometeu pôr cobro imediato.
Foi nesta emergência que rumou à Europa para impor uma imediata negociação de que adviria o pronto termo da sobredita infâmia.
Sucede, porém, não foi bem sucedido. E, de regresso a Atenas, inflamadamente explicou aos seus concidadãos o inesperado e inexplicável desaire das suas demarches. A negociação exigindo o imediato fim da austeridade fracassara.
Assim os gregos vieram para a rua tripudiando a inclemência, a desobediência, a inflexibilidade da UE. E assim se mantiveram noite fora. Rogando pragas aos países ricos, enriquecendo à sua custa.
Ora isto é do mais salutar. A Europa não estava na Grécia (poderá até estar cada vez mais longe) e sintonizara mesmo outro canal televisivo. Os gregos dormiram melhor após esta sua catarse e a UE deitou-se tranquilamente depois de se distrair com um western qualquer. Manifestações destas jamais descambarão em violência.
Mas, dizia, a Europa? Bom, talvez seja excessivo falar na Europa toda. Cá para as nossas bandas ainda há quem acredite, e vá aguardando, no sucesso da politica diplomática e económica de Tsipras para seguidamente impor à governação portuguesa proceda de igual forma.