Queremos os mesmos direitos do Velho
Uma coisa sabemos não poder dizer: o Velho pisou a bandeira da sua República numa estadia em Inglaterra. Refira-se, já agora, podemos dizer que o Velho correu mundo à nossa custa apenas porque o pudor ou a vergonha nunca atrapalharam o pensamento comicieiro e a sua vida não foi muito mais do que isso. Aqui ou em outros quaisquer pitorescos lugares. E continua a ser, nesta sua constante arenga escrita.
Igualmente ignoramos se Cavaco Silva foi - ou é - um «salazarista convicto». Quantos salazaristas convictos não se converteram ao credo democrático e andam ainda por aí, todos pimpões? Que nos importa isso, quatro décadas depois? O Velho - é necessária esta linguagem codificada, para evitar o abuso de liberdade de expressão - nada desconhece, em nada se lhe tolda a consciência e as ideias. Nem mesmo quando alude ao Chefe de Estado da sua República. É manifestamente com intuitos insultuosos que escreve o que escreve sob o manto desculpante da idade. Enquanto os seus apaniguados se mantém debaixo do capote do "politicamente correcto" e o deixam debitar ataques pessoais reles de tão mal intencionados.
Não vem a propósito, mas Ricardo Costa comentou no Expresso que Mário Soares foi o político mais importante da segunda metade do século XX. Tem toda a razão. E se tivesse dito que a marca identificativa desse tempo e do actual é a corrupção continuava ainda a ter a razão toda.
(Escrito desta maneira, talvez não me aconteça o azar daquela estudante na Aula Magna da Universidade de Lisboa, quando interpelou o Velho sobre as pisadelas na bandeira...)