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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Fanatismo (à portuguesa)

João-Afonso Machado, 18.01.15

Voltando aos fanatismos, lembro um jantar, vão lá muitos anos, em casa de um influente politico local. De resto, um excelente anfitreão e um homem da velha guarda, desses que ainda empobreceram em tais lides a que se entregavam de alma e coração. Mas de uma intransigência absoluta quanto a tudo e a todos. De modo que a galinha de cabidela do repasto foi especialmente avinagrada por uma suspeição à qual ninguém escapou e, porque também se falou da Igreja, o dono da casa, já quase em convulsão, atirou - E esse 23 também tem muito para explicar!

O "23" era o Papa João XXIII e, nem então, nem agora, está fora de polémicas a importância histórica e actual do Concílio Vaticano II.

O curioso é atacarem-no em nome de um dogmatismo que depois desrespeitam ao invectivarem assim o pobre "23". Como já também, aliás (vai-se lendo por aí...), o Papa Francisco.

O fanatismo é apenas isso. Um filho espúrio da Apologética (uma Senhora cuja presença evito, eu e os meus sentimentos religiosos que a dispensam, assim como os leitores estão absolutamente desinteressados de saber quais são eles). Um discurso sempre desrespeitador e fracturante em nome do respeito e da unidade em torno das sagradas instituições; e uma boca capaz de o propagar até aos espíritos menos serenos. Assim no universo cristão como no islamita, ou em outro qualquer.

Uma questão para depois é o discernir porque aqueles matam em nome de tão inflamados credos, enquanto estes se limitam a coleccionar decalcomanias de cruzados. Diga-se de passagem, uma questão fundamental, do ponto de vista prático dos atentados e dos que nada têm a ver com loucuras e aberrações.