Professorais e insurrectos
Esta bulha, ora mesmo passada no noticiário televisivo à porta da Escola Secundária Rodrigues de Freitas (o Liceu D. Manuel, para os da velha guarda), de repente pareceu algum episódio invocativo dos tempos abrilinos em que a rapaziada trocava umas estaladas por causa da política. E fazia greves, boicotes, chiqueiral e não estudava. Mas não, não era indisciplina dos alunos, era dos professores.
Obviamente, andou ali mãozinha de sindicalista. O Big Boss, aliás, fez a sua aparição ante as câmaras, mas em Viseu, cidade onde escolheu dirigir o aparato das tropas. Tudo por causa dos exames a que estão obrigados os "mestres" contratados e contrariados por essoutra obrigação que os colegas discordantes lhes querem impor - a de não comparecerem aos ditos exames.
E assim os profs. aprenderam com a rapaziada - supostamente aprendiz... - a troar tachos e panelas nos corredores, a empurrar os contínuos (hoje, decerto, com título muito mais sofisticado, a compensar a maçada de aturar por acréscimo os docentes insurrectos), a provocar os agentes da polícia, etc, etc.
A grande vantagem de sermos mais velhos, e tão longe irem os tempos estudantis, é justamente a certeza que hoje falha por todo o lado - a de que os reguilas eramos nós, não quem supostamente tinha algo para nos ensinar. Valha-nos isso...