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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Alma até Almeida

João-Afonso Machado, 16.06.14

O pelotão do 23 de Infantaria subiu o baluarte e fez fogo sobre o inimigo (há sempre um inimigo do lado de lá das nossas ilusões). Depois tornou ao abrigo e o silêncio fez-se ouvir novamente. Fora todo o instante de uma batalha, indo a Primavera já no fim e as andorinhas sempre no ar, elas sim, em constante tagarelice. Almeida está a muitos quilómetros do mar, Espanha a umas tantas pedaladas na bicicleta, vantagem das regiões planálticas. 

E dentro da fortaleza, de viela em viela, era como se nada fosse. Onde estariam as gentes? O País não quis responder e a idosa não sabia.

Aliás, a sua preocupação centrava-se exclusivamente na sede das flores, à entrada da residência. Ainda assim, a lingua soltou-se e acabou contando o principal. A "vila" mantinha-se entre muralhas, mas cada vez eram mais os que optavam por "lá fora", onde podiam construir à sua vontade, sem constrangimentos da Câmara. Até o cemitério vai sendo levado aos poucos...

Mas ela prefere a "vila". Ali nasceu, dali partirá um dia para o lugar dos Justos. E por falar em Justiça: o tribunal, um edifício do século XVII, também ainda não foi borda fora. Quiçá por esquecimento dos especialistas em reformas...

Mesmo para um minhoto, dias há em que é difícil não ser beirão. Dias de sacrifício e de alma até Almeida.