Nada de equívocos
Emergiu muito depressa e as luzes da ribalta foram-lhe inesperadas. De resto, a toda a gente também. Tratou-se de uma aposta forte, arriscada, mas com a chancela de velhos experimentados. Deixara-no a bem dizer a sós, frente ao toiro. Mas quem iria opor-se?
Ainda jovem, dono de um curriculo curto mas promissor, agarrou com ambas as mãos a oportunidade assim oferecida de rompante. Gozou deslumbrado o seu sonho.
E, é claro, iniciou a nova carreira muito às apalpadelas, rodeado de escuridão. Parte substancial dos melhores havia debandado e, com manifesta ingenuidade, abalançou-se a escolher supostas "promessas" entre rapazes novos e desconhecidos. Ou seja, somou à convicção na sua capacidade em agregar uma equipa o convencimento dos seus dotes em descobrir e promover celebridades ignotas.
O desastre não tardou a manifestar-se. Esta ânsia de originalidade nunca deixa de ser fatal. Népias de resultados, enquanto extra-muros o sucesso dos vizinhos marcava a diferença e o afastamento. E assim deixado para trás, logo sobrevieram os apupos, uma imensa contestação. Seguravam-no no cargo arames apenas - institucionalmente o Presidente, aliás não imune aos protestos e à temida fúria das gentes. E, provavelmente, alguma noção de que em marés de contenção o melhor é aguentar, não abrir os cordões à bolsa.
Enfim, tão à portuguesa, quando tudo parecia derrapar no bordo do abismo e da vergonha, um golpe de sorte, o desenrascanço e o tangencial ir para a frente: até ver - ufa!!!
(Nota: se alguém pensou, lendo estas palavras, em Passos Coelho, enganou-se redondamente. É ao treinador do FCP, Paulo Fonseca, que elas se referem. Aqui só se abordam assuntos sérios)