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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Quase lá

João-Afonso Machado, 05.10.13

È amanhã, cachopas! As perdizes vão estar lá e quero-vos bem cientes do nosso primeiro dia. Vai haver tiros, vamos a ver se alguns tombos, caídos do céu, também. Tareja, tu és a mais velha, irás à frente com toda a atenção que já te conhecemos. Mécia, caçoila, prometo vou buscar-te depois. Quero-vos estátuas antes, foguetes telecomandados a seguir. A boquinha mole para não rlhar as perdizes. E o biquini para, se necessário, ir tirá-las da água.

Tudo como vos ensinei. Brilhai, minhas cachopinhas! Até porque na ala dos canídeos serão só vocês. Esta malta já nem cães tem, e os meus quero-os escritos a letras de ouro na História.

Vamos lá a isso, então. No final há feijoada...

 

 

Mais cinco... de Outubro

João-Afonso Machado, 05.10.13

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O republicanismo de Ramalho Ortigão é apenas mais uma mentira da República, ela própria. A circunstância de, logo em 1911, o escritor ver a sua casa devassada por um bando de caceteiros do Partido Republicano, sob a suspeita de esconder armas para a reacção é absolutamente verídica e... mais uma omissão da História do actual Regime.

De resto, as três Repúblicas apresentam, todas elas, um factor comum: a propaganda, a emulação. Disso mesmo dá conta Ramalho, nas suas Últimas Farpas (1911-1914), na seguinte forma magistral, quando alude ao Governo:

«Reproduzindo-se tão prolificamente, por meio da fotografia e associando assim a humanidade inteira às intimidades da sua existência, é indubitável que está o Governo, dia a dia conquistando um considerável relevo de simpatias aos olhos do mundo e sobretudo aos seus próprios olhos. É este, sem questão alguma, um dos mais relevantes serviços prestados à causa democrática, ao ressurgimento da nacionalidade pelo gabinete verde e encarnado».

E logo após:

«Além das felizes inovações introduzidas nas artes decorativas e sumptuárias (...) ao gabinete (...) cabe ainda a glória de estar, por meio de lavor intenso de reportagem, enriquecendo copiosamente a cacologia nacional com preciosos neologismos, entre os quais não quero perder o ensejo de registar o vocábulo homenagear,  (...) do qual é sujeito o povo (...) e complemento objectivo o Governo».

Afonso Costa, Bernardino, Salazar, Marcelo, Soares, Cavaco... Quantos deles não viveram quase só da propaganda do Regime? Da mentira transformada em verdade sobreposta a um sem-número de crimes e e golpes baixos, como recomenda a «ética republicana»?

Por isso desabafava Ramalho, ainda na mencionada sua obra: «A República Portuguesa continua dando ao mundo o mais espantoso e inacreditável espectáculo - existe!».

Miraculosamente, um século volvido, enxovalhada por toda a vergonha republicana, a Nação Portuguesa continua a existir também...