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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

O legislador, o Benfica e o Sporting

João-Afonso Machado, 04.09.13

É melhor fotocopiar o DR em vez de comprar o novo Código de Processo Civil (CPC). Mais dia menos dia, estão aí as portarias rectificativas, sucessivas alterações, uma mancha enorme a borrar a frescura do fresquissimo diploma. Para não variar, desde os já recuados tempos em que o legislador desaprendeu de legislar.

A Justiça está como está e os cidadãos protestam e reclamam inovações, celeridade. Exigem cabeças. Completamente em pânico, os pescoços que sustentam estas inventam à toa, dão-se às mais inusitadas experiências, só pioram, só agravam, em vez de criar caminhos de rápida circulação judicial. Em Portugal, o deplorável estado da Justiça deve-se mais ao legislador do que ao multiplicar dos ilícitos.

Em vigor há três dias, do CPC já se ouviu tudo: desde criticas aos poderes excessivos cometidos aos juizes até à acusação de serventuário das grandes sociedades de advogados, na medida em que estimula as arbitragens (por aquelas conduzidas). Preparem-se os advogados para estudar a nova lei, resignem-se ante a disparidade interpretativa pela mesma suscitada e a suscitar.

A confusão adivinha-se. Como se estivessemos no balneário desses grandes clubes de futebol que não há meio de apresentarem resultados condizentes com o seu prestígio. Lá fora a multidão dos adeptos ruge e os dirigentes, assustados, endividados, sentem faltar-lhes o tempo para construir uma boa equipa e aplacar as iras que se voltam contra eles. Daí a imparável sucessão de treinadores, o rodopio de jogadores contratados e descontratados. A eterna fuga para a frente que há décadas vem caracterizando o Benfica e o Sporting...

                                       

O Cesarismo não é monárquico

João-Afonso Machado, 02.09.13

Neste nosso regresso aos dias que são sempre os mesmos, povoados das mesmas novidades, encontramos, muito acima das emanações do Palácio Ratton, o gás sarin e as razias que já causou entre a população síria.

A loucura chegou, entretanto, ao Ocidente. Efeito, também, de alguma arma química desconhecida?

Assim é que o Nobel da Paz, Obama, pretende avançar para a guerra. O socialista Hollande outro tanto. E Imprensa e opinião pública comunaram-se em mais uma demonstração de preconceitos e ignorância: a atitude do presidente francês, dizem, evitando consultar o parlamento, é «monárquica»!!!

Assim passando ao lado do ponderado papel do rei da Jordânia neste conflito ou do funcionamento das instituições no Reino Unido, onde a Coroa, obviamente, não consta prejudique o principio da separação dos poderes.

A verdade é que François Hollande age (ou pretende agir) como um verdadeiro césar. Como um Júlio, um Augusto ou um qualquer sucessor - Napoleão, Hitler ou Estaline, por exemplo - desses autocratas romanos de antanho. Uma tendência, de resto, vulgaríssima entre o pretensiosismo socialista. Vejam lá o que Soares não seria capaz de fazer - já o é de dizer - se o deixassem...

 

 

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