Desconhecia a genial tirada e fui encontrá-la no recente Liberdade 232 do meu Amigo João Távora. É Fernando Pessoa, cuja apreciação sobre a bandeira republicana sobe às luzes da ribalta. Com este estrondo:

«(...) contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali, contudo, a alma do republicanismo português: o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, e o verde da erva de que, por direito mental, se devem alimentar».

Teme-se que na fúria ou na precipitação do flagrante delito, a jacobinagem dos nossos dias acorra ao Chiado e destrua à marretada a estátua do famigerado Pessoa. E daí, talvez não. É Verão, o tempo convida a uns passeios e a umas esplanadas. Há-de haver por aí quem sirva excelentes esparregados aptos a cumprir os direitos mentais da republicanagem. Com uns copinhos frescos de groselha pelo meio, a brindar à sempre presente arruaça. Saúde e fraternidade! - exclamam eles erguendo a taça.