Os jesuítas da Moura (contra a crise)
Depois de todo as glórias do Passado, um pouco de realidade. E a confirmação do mito, a visita ao santuário. Corrida a praça, uma fachada despretensiosa e o letreiro, lendário, vergado ao peso das gerações: Moura - pastelaria, confeitaria. O berço nacional dos jesuítas.
O domínio absoluto em terras outrora dos beneditinos. Exercido em várias fieiras de mesas e naquela inconfundível aparência de casa-de-chá. Onde não se toma outra coisa, ou talvez mais um cafezinho. Servido por empregadas fardadas a rigor, entre doses sucessivas desses cuvilhetes folhados e açucarados.
Foi lá o nosso lanche. Havendo de ir a Santo Tirso...
Em redor, senhoras de idade, meninas, o cavalheiro de jornal em punho. Um outro recebia em mãos, ao balcão, a sua encomenda. Com o ar de quem cumpre apenas mais uma rotina diária: a leva de uns jesuítas.
E os pedidos, as caixinhas de cartolina abertas, repletas de bolos e fechadas com a maior eficiência, saiam em série, era um não parar delas nem do tilintar da registadora.
Sabem excelentemente estes recantos da nossa região e a sensação de continuidade que neles se respira. A avaliar pela amostra, talvez o nosso Álvaro ministro se tenha enganado: o que há estar a dar por esse mundo fora são os jesuítas.
Pelo menos desde o século XVI, do Brasil ao Japão, assim é...