Almourol
Há ainda um tempo de silêncio, contando todos os vinte anos desde a última vez. Deambulando pelo rio num barquito ronceiro, talvez despropositado mas parte do cenário. A recusar o trajecto mais directo, decerto um simples pontão, para encurvar as águas até à extremidade de lá do ilhéu. Almourol nasceu de dificílimo acesso, guardião dos tempos e das civilizações, e assim a História o deve manter.
É o se contempla e medita, do alto da torre de menagem, de olhar lançado a montante. Porque a juzante, Tancos, as promessas de imensidão do sol poente, o Tejo que um dia partiu mundo fora, - tudo sai enegrecido de pessimismo rubro-verde, a vergar às chicotadas do trapo posto no vento.