Retrato-robot
E o final foi assim: afinal não era. Num sorriso macaco, dicção nada convincente.
A seu lado (à sua direita) um olhar divertido, gaiato, de quem pregou a partida; na outra banda (à sua esquerda) a pose meditativa, atirada para o firmamento, de outro profissional das manigâncias.
A Imprensa não se coibiu de frisar o vendaval em mais uma conspiração política intra-muros.
Nitidamente com os dedos escorregando na humidade do musgo, a figura central do enredo balbuciou palavras pouco firmes sobre a recandidatura à Câmara Municipal. Parecia envelhecido. Triste e vergado ao peso da traição que o atingia.
Nada foi digno de crédito.
Crê-se ser um retrato fiel. De quem?
Achega: o cenário é actual. Nele não intervém Bernardino, Costa (Afonso) ou os seu sequazes. Mas alguém invocou a famigerada trilogia Liberdade-Igualdade-Fraternidade...