"Soneto do Tempo"
João-Afonso Machado, 06.12.12
Tempo ordeiro este Tempo vagaroso,
Matematicamente calculado,
Tempo, ritmo igual, suplício penoso,
Calendário em punho levantado.
Mas porque não galopas, poderoso
Como qualquer corcel livre no prado,
Galgando horas e dias, fogoso,
Sem freios e relógio nem cuidado?
Corre Tempo, cavalga – ultrapassa
Previsões e leis de sincronia,
Calca a espera, tira-me a mordaça
E acalma, por fim, a tua euforia.
Pára! Diga-se então – o tempo não passa
E a saudade é absurda fantasia!