O Governo tomando a iniciativa de se demitir; umas eleições sequencialmente não convocadas (para não obrigar os socialistas a ganhá-las e assumir funções executivas); e o Presidente da República incumbido de encontrar sucessor para Passos Coelho, de modo a que a Esquerda possa continuar, livre e impunemente, o bombardeio politico da Direita - eis, em síntese, a solução para a crise preconizada por Mário Soares na sua mais recente entrevista ao DN. Ou na sua mais recente demonstração de como continua a confundir o interesse nacional com os interesses pessoais do seu PS. Tocando, desta feita, as raias da infantilidade e deixando no ar a suspeita de que também ele, Mário Soares, caiu da cadeira, em qualquer ensolarada tarde de Nafarros, e bateu com a cabeça no chão.
Seria caso, apenas, para lamentar o seu periclitante grau de saúde, não ocorresse a Imprensa insistir em prestar-lhe vassalagem, escutando-lhe a tolice e as suas diatribes, tal qual há quase 50 anos fazia crer a Salazar ainda estar firme na condução dos negócios de Estado. O "S" destes longevos homens da Política tem, na realidade, muito de suástico.