É amanhã (a greve "geral")
Porquê? Para quê? Geral? Aonde?
Evidentemente, o País não paralisará. Tão a contragosto da malta do costume. Somente marchará mais devagar rumo à desejada recuperação económica. E enquanto a Esquerda em geral, e os sindicalistas em particular, se entretém a apresentar números fantásticos de adesão à greve, os menos tontos (também ditos reaccionários) referirão os milhões que este fogo-fátuo custará ao País. Assim a História prosseguirá o seu republicanissimo, apocaliptico, curso.
Porque o direito à greve é, entre nós, infelizmente, por demais recente. Valerá a pena uma brevíssima retrospectiva: depois de, com a queda da Monarquia, Afonso Costa - por isso apodado o "Racha-sindicalistas" - iniciar a perseguição a socialistas e anarquistas, depois da severa opressão sobre o operariado levada a cabo por Salazar, depois desses 64 anos de República, os portugueses gozam o agora seu, muito seu, direito - a fazer greve. Não vá alguém distrair-se e tornar a coartá-lo...
Lamentavelmente sem que a tantos ocorra contabilizar prejuizos e identificar prejudicados - por acaso eles (nós) próprios, excepção feita aos profissonais do sindicalismo e aos cultores da política de terra queimada.