No Pulo do Lobo
O nome salta Portugal de lés-a-lés, mesmo refugiado naquele fundo onde o Guadiana se aperta, quase sufoca e ruge de dor entre pedras e arestas.
Entre a espuma, o lunar e o inacreditável. Na cor e na espantosa proximidade de duas margens afinal muito mais próximas se mantivessem distância a comedir o furor das águas.
É o possivel impossibilitado pelo bom-senso. O impulso que a prudência impede de tomar. Paisagem somente, um inesquecivel momento de Natureza. E a usual romaria de gentes, talvez mesmo o secreto desejo de um qualquer Gil Eanes neste Atlântico, no abismo deste Bojador. De que Adamastor será o Pulo do Lobo valhacouto?
À medida de um pedaço de bambu, torna-se claro: in illo tempore, ia-se, vivia-se lado a lado com a morte; hoje contemplamos e assim morremos, tão às vezes sem viver.