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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Soares deve ter caido da cadeira

João-Afonso Machado, 04.11.12

O Governo tomando a iniciativa de se demitir; umas eleições sequencialmente não convocadas (para não obrigar os socialistas a ganhá-las e assumir funções executivas); e o Presidente da República incumbido de encontrar sucessor para Passos Coelho, de modo a que a Esquerda possa continuar, livre e impunemente, o bombardeio politico da Direita - eis, em síntese, a solução para a crise preconizada por Mário Soares na sua mais recente entrevista ao DN. Ou na sua mais recente demonstração de como continua a confundir o interesse nacional com os interesses pessoais do seu PS. Tocando, desta feita, as raias da infantilidade e deixando no ar a suspeita de que também ele, Mário Soares, caiu da cadeira, em qualquer ensolarada tarde de Nafarros, e bateu com a cabeça no chão.

Seria caso, apenas, para lamentar o seu periclitante grau de saúde, não ocorresse a Imprensa insistir em prestar-lhe vassalagem, escutando-lhe a tolice e as suas diatribes, tal qual há quase 50 anos fazia crer a Salazar ainda estar firme na condução dos negócios de Estado. O "S" destes longevos homens da Política tem, na realidade, muito de suástico.

 

 

Em Mértola

João-Afonso Machado, 04.11.12

Ou lenda ou galardão... - mas dizem os de lá ser Mértola o paraíso das perdizes. Algo que principiará numa maternidade de luxo e prossegue no rodopio de uns ventos benfazejos, o clima benquisto, a alimentação sobejante, terra sem fim à vista... Tudo é definitivamente bravio e isso é para eles ponto de honra.

Mértola fica muito longe mas há convites irrecusáveis e inesquecíveis. Aconselhavelmente vai-se de véspera e adormece-se com a quietude do Guadiana. Não sem antes, todavia, medirmos todos os passos a que distamos da artificialidade do mundo urbano. Onde tudo são cuidados com uma Natureza desconhecedora do betão, mais do que com os desabrigados que buscam abrigo nas derradeiras sobras desse mesmo betão. 

(O Sr. José Claudio vê os tractores com os mesmos olhos com que outros encaram os computadores - estripadores de mão-de-obra. Não fora a caça e a sua profissão de guia, calhava-lhe o desemprego. Em Mértola não há indústria. Há o turismo, quase só os caçadores...)