De repente, vê-se um minhoto a intervir em negócios de tourada como se um ribatejano. E antecipando a faena jornalistica de amanhã, tão certa como um ferro bem cravado. Passo a explicar:
Foi na Torreira (Aveiro), em praça amovível. Creio que esta tarde. Lá estava a moda, quero dizer o costumeiro mini-grupo oposicionista, com os seus cartazes e com os seus slogans e com o seu direito à (acham eles) modernice. Manda o mais elementar bom senso os deixassem no seu canto, cantarolando os seus protestos, a festa far-se-ia entre barreiras.
Eis, porém, que o cavaleiro (julgo, com alternativa) Marcelo Mendes irrompe com a sua montada pelo meio dos ditos manifestantes. Há - ou finge-se haver - pânico, fugas, sapatos deixados para trás, gritaria, enfim, o almejado escândalo. Mais as utilissimas filmagens que já circulam nas redes sociais.
Nem mesmo o depoimento de alguém contratado pela Organização, referindo os escritos a tinta na sua viatura e eventuais pedradas atiradas pelos «pacifistas», justifica a atitude do cavaleiro. A Polícia estava lá para resolver vandalismos dessa natureza.
Sobre gostar não apaixonadamente de touradas, tenho por certo que estas se resolvem entre toureiros e touros. Defendo-as principalmente quando as vejo atacadas, na exacta medida em que me irritam os "iluminados" que descobriram nos animais as vítimas que durante décadas ignoraram nos seres humanos sucumbidos a despotimos diversos. E reconhecendo a todos o direito de as quererem ou não quererem, contando prevaleça a vontade maioritária - hoje ainda a seu favor.
Atitudes como a do cavaleiro Marcelo Mendes é que não. Em nome do civismo e até em nome da "Festa Brava", que por acaso não me passou procuração alguma.