O "buzinão" do Pontal foi simpático e foi, sobretudo, um "apagão". Por motivos obvios.
Todos nós, portugueses, temos razões para andar descontentes. E não há melhor remédio para o descontentamento do que o protesto. Chore-se, berre-se, gesticule-se, pintem-se cartazes, saia-se à rua... desabafe-se e lave-se o espírito.
O que tudo não significa direccionar tais atitudes contra um qualquer bode expiatório, uma vítima seleccionada entre o amplo leque de governantes (pretéritos e actuais) que conduziram o País ao pouco aprazível caos em que nos encontramos. Por isso o "buzinão" do Pontal foi o "apagão" das usuais façanhas maniqueístas da sempre infiltrada CGTP.
Como bem ficou demonstrado nas imagens televisivas: o representante dos utentes da Via do Infante entregando a um acessor de Passos Coelho a exposição escrita dos seus agravos. Algo como, tão-só, um diálogo calmo entre os dois personagens, rematado com um aperto de mão.