Do cunhado do meu amigo
Há muitos, muitissimos anos, um tractorista daqui confidenciava-me que gostaria de ter sido padre. Ante a minha estupefacção, justificou-se - era para poder ouvir, em confissão, os pecados das mulheres!
Ocorreu-me tão remoto episódio quando me apercebi quão bom é ser amigo de um cunhado de um alto dirigente partidário. Como se verifica comigo. Extraordinário o rol de faltas, erros, pecaminosas acções e omissões que - sem perigo de excomunhão - ontem me foram reveladas. Não tanto em ambiente de sacristia, mais no de bastidores de teatro.
Das vicissitudes na formação do Governo; das capacidades dos seus membros, analisadas insuspeitamente "por dentro"; do que é e do que se diz que é; das expectativas dos próprios governantes quanto ao futuro...
No fundo, nada que nós não soubessemos já. Como o antigo tractorista tão bem conhecia os ditos "pecados das mulheres", maxime os que elas cometiam com ele, "casanova" reputadíssimo.
Mas a confissão tem realmente outro sabor. Talvez porque nos leve a crer, vagamente, no arrependimento dos infractores...
Enfim, a Grécia será mesmo chutada para fora da Zona Euro. E Relvas ainda dará que falar antes de sair do Governo...