Um restinho de política, antes das férias
Há pouco mais de um ano, o PS desenhou a sua estratégia política: Sócrates inscrever-se-ia na Sorbonne, após uma mais do que certa derrota eleitoral, e Passos Coelho que se aguentasse à bronca com os efeitos das imposições da Troika sobre nós todos, desgraçados portugueses. E depois...
... E depois ( que se lixe o País, importantes são o voto e o Poder...) o interregno não seria grande, muito menos doloroso. Não tinha foros de travessia no deserto, apenas de um passeio se trataria, até ao Algarve por Canal Caveira, sem pagar portagens. Seguro conduziria - seguramente, prudentemente - sem se exceder na velocidade: gozando a paisagem.
Ontem mesmo tivemos sinais de que assim o PS congeminou o seu regresso aos paparicos da partidocracia. Primeiramente com o inopinado surgimento de António Costa na televisão, afirmando a não impossibilidade de se candidatar a 1º Ministro. Assim a modos de quem deixa o seu cartão de visita (dobradinho no canto, é claro). Depois, com a antevisão de um fracasso PSD nas próximas Autárquicas, aconselhando a Passos Coelho não arriscar o concurso a mais outro mandato governamental - na dominical análise do Prof. Rebelo de Sousa que - muito bem - veio desdramatizar o celebrado "que se lixem as eleições".
Porque que "se lixem" mesmo. Era dá-las de bandeja à Esquerda. Se, depois disso, continuasse a haver devotos dos socialistas e dos comunistas, então sim, seria legítima a conclusão que nada há a fazer deste País.