A demissão faz a diferença
Começa a ser dificil perceber o que faz Miguel Relvas no Governo, além de se defender (melhor ou pior) dos (justificados ou não) ataques que lhe são dirigidos. E, seguramente, não foi para tal que se inventaram os ministros. Logo...
... logo, serám talvez, tempo de Miguel Relvas ceder o lugar. Ele, respeitavelmente, como nos tempos em que os cavalheiros se levantavam e ofereciam o assento às senhoras. Por forma a que a idoneidade de Passos Coelho e de todo o Executivo saia beliscada o menos possivel.
Poderá, é claro, argumentar-se que fica assim descoberta a fórmula para não mais parar a dança das cadeiras: bastará lançar duas atoardas sobre um qualquer pobre ministro para o obrigar moralmente à demissão; e quem não deve não teme...
Não será bem assim. Há já demasiado tempo que Miguel Relvas não deixa as colunas dos escândalos políticos na Imprensa. E, ao contrário da Esquerda, a Direita não costuma pactuar com situações dúbias, provavelmente menos correctas. A anedota que neste momento povoa o Facebook:
« Miguel Relvas chegou à Universidade Lusófona, bate à porta da sala de aulas e pergunta:
- O Senhor Professor dá licença?
e o Professor responde
- Tá licenciado!»
não foi levada para lá, com toda a certeza, por gente do PS ou do PCP, tanto quanto conheço os que a "partilham".
E essa é a grande e reconfortante diferença, a consentir-nos continuar a acreditar. Porque Passos Coelho não ficará condenado aos infernos por ter escolhido um (afinal) mau ministro.