Sabes?
Muito entre nós, aqui onde ninguém nos ouve, não ensurdeças quando te digo: solta os anos, deixa-os subir à superfície, uns atrás dos outros, todos eles.
Esses anos onde, ou eu ou tu, estivemos no planeta vizinho. Possivelmente eu... O facto é que precisas do tempo que já não temos para explicares como, porquê?, foi mesmo assim? Sabes ao que me refiro, há caminhos não trilháveis, sequer existentes. Invisiveis, mesmo para mim - admitindo ter sido quem esteve no tal planeta vizinho, coberto de breu e de mutismo.
Era matematicamente impossivel, e tu e a tua inteligência dos números ainda assim impuseram-se uma demonstração! Só pode ter sido muito mau, depois. Percebo, hoje é já mais suportável, mas, percebo também, não raro o turbilhão ergue-se novamente num apedrejar com palavras e com actos. Dificil escapar-lhe, alcançar um abrigo.
Devias estar atenta. Sem fugir ao Passado, antes encarando-o na frieza de quem resolve uma equação em que x, a incógnita, é tão-só o Futuro.
E se, no Presente, necessitares de um intervalo para descanso, lembra-te sempre que essa variável y há muito está solucionada nas mais pequenas - que são as mais saborosas - coisinhas da vida. Basta olhares em teu redor...