A 13 de Maio
Desde ontem estão a chegar aos milhares. Algo por que a Esquerda modernaça viva as maiores angústias, literalmente a mais desagradável sensação de impotência. Como travar esses invejáveis fluxos humanos - ai tanto votozinho perdido essas estradas fora!... - todos os anos rumando Fátima?
De resto, os enfadonhos comentários sobre o primarismo das promessas - até esse argumento! - revelam-se cada vez mais descabelados. O grosso dos peregrinos deste "13 de Maio" não se fez ao caminho para pedir ou retribuir. Talvez sequer para agradecer. Apenas - e sobretudo - para se encontrarem consigo mesmos, através da mediação da Mãe de Cristo, uma presença constante no coração dos portugueses desde os primórdios da nossa História, em qualquer recanto desta multissecular Nação.
Vivi algumas vezes essa caminhada de uma semana em que do porquê do esforço e do incómodo das primeiras etapas se progride para a tranquilidade em marcha, até à visão grandiosa do santuário, à emoção que nos toma por inteiro, num apertadíssimo nó da garganta. Até ao dificil momento da despedida, apenas animado pelo propósito do regresso.
Há, realmente, sentimentos e situações que as palavras não explicam. Porque, cada vez mais, há dois mundos: um empenhado em destruir o outro por força da apostasia ou mesmo da troça, da calunia; e esse mesmo outro tão apenas absorto em descobrir, espiritualmente, os percursos da Verdade e da Felicidade, seja a própria, seja a de todos.