De um apartidário
Revelou a Imprensa, Passos Coelho dá entrevistas ou faz declarações públicas em excesso. Porque a Imprensa é o que é, constatações destas resultam, tão-só, da comparação com o seu sinistro antecessor.
É bem verdade, tão catastrófica personagem (o antecessor de PPCoelho), não deixa de ser criticado pela sua ausência de comunicabilidade. Dizer mal tem outro paladar... Dizer bem é insípido.
Náo vale a pena tentar encontrar a bissectriz. Estamos em que PPCoelho se excederá no palavrório. Na óbvia-fatal-imprescindivel-única lógica da apalpação eleitoral.
Admitindo outros parâmetros, talvez não seja pecado acrescentar que o actual 1º Ministro se move segundo razões honestas. E, todas elas, contrárias à filosofia socratista de algures no prédio lisboeta mais próximo e mais luxuoso dos longínquos boulevards parisienses.
Vejamos a pioneira: o Governo deve manter um contacto próximo com os cidadãos.
E também: informação é o que todos - e então a Esquerda! - reclamam e exigem.
Ainda: há expressões e expressões. Honestas e desonestas. Assim as saibamos ler nos narizes dos cabeças-de-cartaz políticos.
Por fim: quem culpa quem pela indecifrabilidade do amanhã? Vale dizer: previsões não são mentiras. Caso contrário, os senhores do "Boletim Meteorológico" há muitos anos estavam na cadeia. PPCoelho tem sobre si todas as inimagináveis derivações de uma Europa ao sabor da tempestade.
Em suma: nesta fase do campeonato, quem - não bem-intencionadamente - se meteria a governar Portugal? Ainda por cima com Mário Soares a chagar-lhe a paciência, todos os dias, nos jornais?