Ainda sobre a Maçonaria
Se os portugueses andassem um pouco mais atentos, a recente celeuma levantada com a questão "Maçonaria/Secretas" seria a mais feliz oportunidade para, eles próprios, perceberem o que é hoje Portugal. Tudo é demasiado simples.
Porque descontando alguns, raros, casos de ingenuidade e boa-vontade - consta até que monarcas nossos foram maçons.. - é notório que a Maçonaria sempre se constituiu como o instrumento de luta dos grandes interesses económicos contra a Nação. Agora como há cem ou 150 anos. E, sem dúvida, muitos políticos que serviram a Monarquia foram maçons - todos eles transitando depois para o serviço da República. Onde a Maçonaria sempre imperou, com resultados actualmente bem visiveis e escândalos sucessivos, sempre afectando o erário público.
De resto, não se pode esperar o contrário de uma organização secreta. Porquê o secretismo? Porquê essa fuga para o ocultável na sombra?
Ouvi ontem na televisão António Arnaut referir a "utopia maçónica", para ele uma meta: a "fraternidade". Impossivel estar mais de acordo com este ex-Grão-Mestre do GOL. A "fraternidade" é uma "utopia" sobretudo entre maçons que se dividem e subdidivem em fidelidades, ritos e lojas, enquanto - por entre as decorrentes rivalidades - a negociata continua a prosperar.
Construida por maçons, indissociável da Maçonaria, a República Portuguesa bem podia legislar... incluindo o Direito Empresarial no campo mais vasto do Direito Público. Era mais honesto! Porque as suas normas são do máximo relevo na orgânica e funcionamento do Estado.
Assim tudo se manterá, enquanto os portugueses quiserem. Ou melhor: enquanto não deixarem de querer, a situação nacional tenderá a piorar. Na exacta medida em que os conluios económicos, transversais a todos os partidos, galopam de sucesso em sucesso e atraiem cada vez mais gente às irmandades maçónicas.
Mas é de crer que para a semana o tema escaldante seja já outro. E nos bastidores da AR o sossego volte a instalar-se entre os "aventaleiros".