Um dia de festa
A cidade é um deserto, está-nos por conta. Esmolas? Porque havia este dia de ser diferente dos outros? Gozemos, pois, a ausência de atropelos, o paraíso do silêncio, da imobilidade das portas. Até parecemos bem instalados e não chove, sequer o frio é de morte. Será um bom ano, este 2012, igualzinho aos demais. Com um pouco de sorte nem alcançamos 2013. Ou será que é verdade querermos viver?
Bah!, deixemos essa discussão para depois, ainda falta o giro pelos contentores do lixo. À montanha de garrafas de espumante que os inunda, tantas são as caixas de doçaria transbordantes, o almoço parece garantido, rija festa nos aguarda.
Vá, levanta-te, não sejas preguiçoso! Já passa da uma da tarde e eles são bem capazes de acordar e sair, como se a rua não fosse só nossa. Olha que não chove e quase não se sente o frio... Ainda nos esquecemos de comemorar o Dia da Paz que é hoje!...