A sempre questionável atitude de um submisso. É meio-dia. Sem fome, mas com vontade de comer. Não escoiceando, porém, à espera. Direitinho.

Um poldro. Ensinado a manter a pose. No lugar certo da sua cabeça ainda por ganhar formas definitivas. Mansamente, nunca desprezando as nossas mãos nas suas narinas. Nem mais à esquerda, nem mais à direita.

Não sendo político, é um símbolo da mansidão. Da espera sem resmoneios ou calcadelas. Simplesmente expectante.

A miudagem foi lá e ele gostou sem se afastar uma vírgula da focinheira. Sabia que os fardos de palha chegariam depois.

Nada de orelhas desconfiadas. A simetria do conjunto é o lugar da paz e da esperança. Os dias, já percebera ele, são todos iguais, mesmo quando diferentes.

Matthias Schmelz, empresário, veio para Portugal em 1993 e está em vias de lançar um livro - "Ganhar Dinheiro - Como Fazer, Proteger e Multiplicar o Seu Dinheiro". Aliciante, candente, tema...

Para que, entretanto, não subsistam dúvidas, palavras suas, «é essencial e vital ter uma grande parte das poupanças fora da zona euro e da zona do dolar, porque ambas as moedas estão condenadas».

Animador!... E, porventura, realista. Ainda segundo o Autor, o desastre resultará de um excesso de impressão conducente à sua desvalorização. E porque as dívidas tenderão a aumentar, a solução aparente estará em continuar a imprimir mais papel, assim agigantando o problema.

Mas Matthias Schmelz apresenta soluções. Como, por exemplo, o investimento em «barras de prata e de ouro», medida protectiva da «inevitável desvalorização monetária»; e a compra de terrenos agrícolas, tendo presente a «inevitável crise alimentar», bem como de «pequenos apartamentos (T1 ou T2) para arrendar», dado que haverá «cada vez menos acesso ao financiamento para comprar casas próprias».

Claro que as medidas propostas por Matthias Schmelz pressupõem a assistência - ainda não implementada - de serviços alquimistas. Esses mesmos que nos colocarão no caminho certo. Isto é: nos ensinarão a transformar moeda sem cotação (ou mesmo inexistente) em ouro e prata, com os quais compraremos os ditos terrenos agrícolas e os T1 e T2 arrendáveis.

Enquanto não, é fatal continuaremos engaiolados, sem possibilidade de fuga, esperando calmamente nos fritem.

Ocorre-me, a propósito, chamar a atenção de todos Professores Karambas, Fanfanas e Bambas das periferias urbanas deste pobre Portugal...