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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Não somos uns estados unidos

João-Afonso Machado, 09.12.11

A Europa aguentará, ou não, a moeda única? Em boa verdade, mais ou menos contrariados, todos começamos a perceber que não demorará muito o fim dessa ilusão.

(E digo ilusão porque o Velho Continente nada tem de semelhante como o colossal pedaço de terra que imigrantes de cá foram sucessivamente roubando aos indígenas, ditos índios, americanos. Temos outra dimensão no mapa. E outra ainda na História. A Europa fez-se, em maus e menos maus momentos, no confronto das hegemonias. Até nós, portugueses, em séculos que já vão, falámos alto e grosso às demais nacionalidades...).

Agora o futuro - a sobrevivência - do euro pressupõe a revisão do tratado europeu. Uma obvia imposição alemã. De um modo geral, a reacção dos paises membros foi negativa. Assim se manterá?

É o que resta saber. Presentemente uma só Nação dá garantias de não baquear face aos "avanços" germânicos: o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Sempre eles! Hoje como há sete décadas.

No mais, aguardemos. Parece que o fim do euro nos vai encher os bolsos de vácuo. Talvez. Mas... como vão eles (os bolsos) estando ao nosso sempre aflito tacto? 

Eis que dou comigo em pleno ressurgimento da minha anglofilia de sempre. Quem sabe, não invocaremos em breve a mais antiga Aliança europeia? Essa, precisamente, que nos une aos britânicos?

Um outro naufrágio

João-Afonso Machado, 09.12.11

Louco? Talvez perdulário apenas. O tempo é, necessáriamente, o bem merecedor de melhor gestão: quem sabe ganhá-lo?, quantos não se esmeram em o desbaratar?

Por isso, perdulário. Distraído em conversas chorosas de senhoras que não queriam viver mais porque se sentiam feias no mundo. Enquanto a maré subia implacavelmente para cima do penedo, último reduto. Com direito a discussão sobre o porquê das culpas de quem. E ao abandono, em duas braçadas vigorosas, numa travessia tão silenciosa como um elevador por onde chegamos à porta da rua.

Quem não arriscou conheceu o pânico. Dizem os que viram, foi dramático. Por volta das 00.00 horas, um primeiro SOS era recebido na região da Maia. Seguiram-se outros, confusos, mais acusatórios do que propriamente aflitos. Prenhes de uma argumentação esgotante. Enviados de alguma clinica psiquiátrica? - alguém alvitrou.

Creio que não. O derradeiro, captado nas cercanias de Famalicão, pedia apenas: "Atenda, s.f.f.". Mas já não valia a pena insistir. A rocha submergira completamente. Perdulário, sim, mas nem tanto.