Enfim a chuva
É certo que grassa a tristeza entre a movida das redes sociais, desta feita privada das habituais romagens aos santuários do biquíni e do calção. Mas até o mar ameaçava transformar-se em sal apenas. Sal grosso, bom para salgar. E a terra era cada vez mais uma poeirada irrespirável, sufocando os cachorros, à espera de, a qualquer momento, poder ser semeada. Do momento em que a água viesse e lançasse a sua bênção sobre a fertilidade das colheitas.
Foi hoje. Finalmente.
Tudo tem o seu tempo dentro dos quatro gomos da laranja planetária. Chacun á sa place… Agora é chegado o momento das camisolas e de um par de meias mais quente; da chuva, do enevoado, de pensar em acender a lareira; do vento sul, em suma.
E não vejo porque os seus silvos, o pingar das águas na pedra das lajes, não seja mais melodioso do que um verão prepotente e agarrado ao galarim. Prá frente Outono!