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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Convalescença

João-Afonso Machado, 12.10.11

Acabou de chegar da Clínica. Com menos de quatro meses suportou uma gastroentrite a meias com uma parvovirose. Sobreviveu, contra todas as expectativas, após quase uma quinzena de internamento. Soro, antibióticos, etc, etc… A história que todos queremos esquecer.

Depois a doutora recomendou afastamento dos seus semelhantes. Mas como? Restava a cidade. E os passeios diários no jardim público? De evitar!, sentenciou a veterinária. Então como vai ser, num andar?

- Pois!... – encolheu os ombros a especialista…

 

Um recanto inesquecível

João-Afonso Machado, 12.10.11

A fonte era um sussurro enquanto eles iam chegando. A boca do som poisada no bordo, os pares surgindo num vagar de Natureza. E o início da dança, logo após.

Ritmos latino-americanos, naturalmente. Um breve aceno, o dedo apontado à máquina, sim senhor, acenou ele com a cabeça -  autorizado a fotografar.

Batia o pé, entusiasmando, o agente do CI, nas redondezas. Os mais idosos pararam, sorriam, gostavam sem rebuço. Para muitos outros, o ritual percebia-se ser um costume. Um hábito local, frequente. E a cidade parou a apreciar.

Eram as voltas, a harmonia do corpo, a elegância. O parceiro ajudava, entusiasmava ao espectáculo. Quem nada sabe de dança bebia a noção do bom que deve ser dançar. Do muito mais que é fingir dançar. Da forma belíssima de exprimir com o corpo os mistérios do ritmo.

Assim Coimbra, frente à Igreja de Santa Cruz, viveu a sua tarde. Com o saboroso silêncio da melodia. Algo que tolhe, mata, arrasa, o incómodo ruído que cerca a cidade.

Parabéns!