Um ano depois
Precisamente há um ano, acordei com um telefonema do João Távora e o convite para integrar o Corta-Fitas. Aceitei, com (sincera) surpresa pela lembrança e entusiasmo pela experiência. E, também, com algum temor. Escrever o quê?, sobre quê?, quando?, em que quantidade?...
Alguém muito perto de mim, então, foi prestando o seu aconselhamento, incentivando, fazendo-me crer na valia das minhas ideias. Aqui fica, por isso, sonantemente, a expressão da minha gratidão por quanto apoio me deu, por toda a luz que fez incidir sobre a diversidade de caminhos alternativos. A ausência de memória é, tantas vezes, sintoma de medo, quando não de falha de caracter - e sempre uma porta aberta para a injustiça. Não gostaria de enveredar por nenhum desses trilhos.
Enfim, resolvi escrever sobre o que me dizia o coração, com todos os tempêros que a razão aconselha. Defendi a Instituição Real porque é, e será sempre, o espelho da Nacionalidade. "Viajei" por Portugal, especialmente pelo Minho, a terra do me sangue e da minha gente - o mundo em que me revejo. Participei - eu, o maior refractário à política partidária - no "combate" à governação socialista de José Sócrates, por a entender daninha, letal para os interesses do nosso País. E fui brincando, com esta ou aquela historieta.
Acreditando sempre no Futuro. No interminável correr das gerações. Nas âncoras e nas velas, nas referências e nos projectos. No Amanhã. Ou na eternidade da História, se quiserem.
Um ano, pois, em que gostei do que fiz. Não com espírito de missão, menos ainda histrionicamente. Falta-me a vocação de missionário e nada me dizem as artes cénicas. Apenas gosto de escrever e não temo expor as minhas crenças. Assim procedi.
Resta agradecer ao João Távora. Acima de tudo, a linearidade do seu discurso. Podemos ter opiniões absolutamente opostas - mas havemos sempre de as assumir sem meias tintas, com mútuo respeito e recíproca lealdade. Com o João nunca foi de outro modo. Nem com os restantes colaboradores do CF, que entretanto conheci e a quem deixo aqui um grande abraço também.
A caixa de comentários fica hoje completamente aberta. As críticas construtivas são muito bem vindas e, antecipadamente, manifesto o meu reconhecimento aos seus autores. O mais... ao fim de doze meses já não incomoda sequer.