O sol vai descendo no palco do nosso quotidiano. O Verão é já quase uma recordação e os mais retardados enrolam as toalhas, guardam todos a usual tralha da praia. Recomeçou a vida e a sua dureza.

Aos animais de sangue frio espera-os a hibernação. Os meses em que não vislumbraremos as lagartixas, postas a dormir ao lado da "crise" e absolutamente à margem dos graves problemas mundiais.

Merecem-no bem. Afinal, não fora o nosso rasto no planeta, mesmo as lagartixas gozariam melhor exposição aos raios solares. Elas não contribuem para as despesas do Estado e ainda assim emagrecerão, perderão energia, nesse seu longo sono, cada vez mais perturbado pelos caprichos do actual enigmático clima.

É, a Humanidade devia suportar sozinha as consequências das suas obras. Ou da sua inépcia. Tal qual - entre nós, entre muros - não se percebe muito bem porque hão todos de aguentar os efeitos do despautério de alguns. Esses que, politicando, se governaram e nos desgraçaram.