Recantos restritos
A varanda. O local onde tantas vezes falam apenas os olhos as vitais palavras de harmonia. Onde o riso não expele sarcasmo e as tardes decorrem à temperatura em que as amizades se eternizam. Um esquilo desce a nogueira do jardim na exacta e portentosa velocidade em que todos renunciam aos conflitos. A varanda é sagrada, não está ao alcance de qualquer um.
A Casa dos Grilos. É outra varanda, esta insular, debruçada sobre o Atlântico. Onde também o tempo se exprime baixinho e firme, sempre leal. Em noites inesquecíveis de absoluta claridade sobre as coisas da vida, o que é e o que apenas aparenta ser.
Hoje juntaram-se ambas as varandas num almoço. Nada que não tenha acontecido já, tantas e tantas vezes. Nos domínios dificeis da perpetuidade, é normal assim suceda.