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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

"De uma Família de Mareantes"

João-Afonso Machado, 27.07.11

A história da família Nazareth contada a partir de finais do século XVI, quando os Abreus se instalaram na antiga vila da Pederneira, actual Nazaré, sede de um dos concelhos dos Coutos de Alcobaça. As suas ligações com as estirpes locais de mareantes e comerciantes, o predomínio, assegurado ao longo de várias gerações, sobre a Real Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.

Na hora do chamado "miguelismo", a figura marcante, também, do Bispo de Coimbra,  D. Frei Joaquim de Nossa Senhora da Nazareth, partidário fidelíssimo do Rei legitimista. Depois, a derrota, a ida para Souselas (Coimbra), onde ainda hoje a Família mantém casa.

Enfim, toda a descendência do  patriarca José Maria de Oliveira Nazareth.

Com prefácio do Mestre Pedro Penteado (FLUL).

Um trabalho por acaso da minha autoria.

 

 

Chamemos-lhe férias

João-Afonso Machado, 27.07.11

Correm os derradeiros dias nesta aragem enganadora. O Agosto grandioso está aí, a ilusão das férias também, mas não para muitos, decerto para cada vez menos. Não se vislumbra descanso à nossa volta, nem mesmo connosco, em espírito, cá dentro de nós. O medo tomou conta do Verão. A visão agoirenta de um Outono fatal.

Resta-nos o breve consolo da praia. Ou do campo, da serra, de um refúgio qualquer. Algum espaço de paz. Um ponto no mapa ainda por descobrir.

Um pouco que poderá ser tanto... Mesmo se não desigual ao vivido todos os anos, a duna, a draga, a baía... Agora, sobretudo, o areal e a maré baixa, um dedo escrevendo desde o cais até Salir um desejo imenso, uma fé viva, segurando à rédea curta tantas hesitações. Eu até podia estar a falar de Portugal, da minha condição de português, de quantas ameaças pairam sobre o seu e nosso Futuro. Mas, por acaso, penso somente em encontrar-me com a solidão. Em rabiscar, ao longo da areia molhada, um nome, uma promessa, uma esperança, uma luta inteira em silêncio.

A outra, a do quotidiano, desculpar-me-á o intervalo até Setembro.

 

À F...

João-Afonso Machado, 27.07.11

Há na minha vida um vulto fora do alcance. Depois de o ter comigo a dizê-lo desperdício, talvez. Um dia... Vejam-no já longe, quase uma ameaça de nuvem. Vejam-no como ainda não perdi a esperança de o trazer de volta. Vejam-no. E sigam-me, coração e pulmões, dêem o que ainda vos sobra. Tragam-me os beijos, os gestos, os serões, as noites sem fim, as manhãs sustidas no tempo. Tragam-me todas as palavras que eu não soube dizer mais a vergasta que há de calar os ditos da minha injustiça. Tragam-me ela. Ou morram para aí, imprestáveis e insepultos. Porque sem ela, sem a obra finalmente conseguida e reconhecida - não quero que voltem. Agora - vão!!!