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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

"Nau dos Corvos"

João-Afonso Machado, 03.07.11

 NAU DOS CORVOS.jpg

Submergiste, Nau?,

desapareceste?

Tão mau, sempre em riste,

investe o mar

do Oeste?

 

Assim negra, sem sentido,

sem mais significar

senão rocha muda,

à margem

do rumo perdido,

 

ninguém se iluda,

eles povoam o ar,

os teus corvos, Nau!

 

Porque recusaram

o teu chão

e o teu beijo,

a morte –

 

e em bandos se alaram

ao Norte.

 

Por terras da Beira Alta

João-Afonso Machado, 03.07.11

Manhãs dominicais animadíssimas em Tábua, Coimbra. Com o mercado aberto a parecer um céu azul. E as bancas de tudo o que se vende por esses espaços, enfatizando os enchidos. Cá fora, fieiras várias de churrasco postas à compita, e muita gente sempre a chegar-se aos aromas das febras, do frango assado, de outras delícias. Mais além, a feira dos animais de criação: galos (a 10 euros o trio...), codornizes parecendo galinhas, de tão nutridas, patos, gansos, coelhos.

E uma vaga considerável de estrangeiros: holandeses, belgas, franceses. Turistas? - inquiri. Não, informaram-me, residentes em Tábua e arredores. Gente, como sempre, a perceber muito antes de nós, nacionais, os encantos, a riqueza, a vida tranquila do Interior português.

Ontem fora o cinquentenário de um grande Amigo, o reencontro com tantos outros, desses que o são para sempre, muito mais em actos do que por palavras. Algo, por vezes, já a custar-nos lembrar como é...

E de manhã a passeata local. Infelizmente não no inspirado velocípede de algum ultra-romântico poeta tabuense...

 

Uma novela na blogosfera - para muito breve

João-Afonso Machado, 03.07.11

 Gosto de gatos. Sempre gostei. E aprecio - sempre apreciei - Fialho de Almeida e os seus "Os Gatos". Onde, com mais ou menos exagero, o Autor pôs a nú todos os podres da sociedade burguesa, afinal essa torpe agremiação de falsidades e aparências, através de seis ou sete volumes de crónicas.

São uma fonte de inspiração, "Os Gatos". Como o são, também, as "Novelas do Minho", de Camilo, igualmente publicadas aos bochechos pela Imprensa do tempo.

Tudo somado: porque não voltar às novelas? Porque não envolver algum juizo social em episódios de ficção, certo como é que tudo o que se inventa inventa-se apenas na forma como se interpretam as fontes, a realidade do dia-a-dia saltitando à frente dos nossos olhos?

E, já agora, porque não voltar à velha modalidade dos capítulos diários, não em papel de jornal, antes recorrendo aos modernos meios informáticos?

Resta, por isso, escolher o título. E esgalhar amanhã as primeiras notas da minha próxima novela.