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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Deve valer a pena

João-Afonso Machado, 29.05.11

Estava lá uma aldeia gaulesa inteira. Entravam e saiam, à vez, para uma volta sobre a cidade. Sempre com ar de quem tinha gostado.

Percebi como a coisa funciona: o helicóptero levanta junto ao rio, em Massarelos, e sobe até à Arrábida, onde inverte o sentido. Depois vai para nascente, a perder de vista, presumo que até ao Freixo. Reapare pouco depois - cerca de sete minutos, mais precisamente - sobre a Serra do Pilar e aterra. Para uma nova carrada.

Decerto uma oportunidade magnífica para fazer as melhores fotografias do Porto. Ainda pensei esconder-me entre duas Caralindas, a ver se ia na boleia. Mas pensei no Abraracourcix, por ali também, e desisti. Fica para a próxima. Se, obviamente, houver entretanto orçamento que chegue.

 

Hoje é dia de caça

João-Afonso Machado, 29.05.11

Confesso que não estava a contar. Atravessou-se de repente, o Coelho, mal tive tempo de disparar. Mas ficou. Compostinho. Ainda não perdi os reflexos...

Havia muita caça hoje. Na Alfândega andavam os do Bloco. Mais acima, no Palácio de Cristal, os socialistas. Parece que o PSD se guardou para logo à tardinha, do outro lado do rio, na Afurada. Terreno difícil, eles devem saber. Assim o Meneses dê uma mãozinha...

Enfim , nada que perturbasse os muitos que aproveitaram esta tarde quente para o seu passeio na Marginal. Como se o objectivo dos caçadores não fossem os próprios, a sempre cobiçada espécie do eleitorado.

 

"Passeios"

João-Afonso Machado, 29.05.11

Águas ondulantes

de esquecimento

e mágoas...

 

Antes do vento,

o rasto de amantes

de manhã na baía...

 

A gaivota que ia,

ia e voltava,

e um barco sem cor

calava

as redes e o pranto,

a desilusão...

 

Nada mais em redor,

nada – senão

o grande salto de uma taínha

em circulos da vontade minha.

 

Entardece.

 

Ouve-se a força dos remos,

os medos

e a espuma sussurrando

como se dissesse

segredos...

 

E eu nesta margem

chorando

(maldita maresia)

chamo aos sonhos viagem

e aos acenos

travessia.

  

Coisas que se aprendem

João-Afonso Machado, 29.05.11

Compreendem-se os seus olhos de tristeza resignada. Galgos irlandeses, nascidos num verde verdadeiro, tão mais sinceramente verde do que o pedaço de relva onda agora os acorrentaram.

Como esperar não chorassem?

Mas... resignados porquê?

Um passar de mãos naqueles focinhos encarcerados foi um instante de esperança, o cheiro inesquecível da liberdade de outros cães correndo entre prados e matagais.

Revoltai-vos galgos! Talvez os vossos olhos não abandonem a melancolia já amanhã. Talvez custe e doa. A vida é uma luta, uma conquista permanente, se não quisermos seja a derrota total. Tempos virão em que no lugar do dono estará convosco, embora bípede, um familiar.

Com os seus desgostos, decerto. Mas na plenitude da força das suas ideias. Sabendo muito bem com quem pode contar: com os seus galgos, é claro.

 

Nota dominical

João-Afonso Machado, 29.05.11

Assim gosto! Manuela Ferreira Leite - uma Senhora - ontem em comício, sem papas na língua: «que me desculpe o Pedro Passos Coelho mas eu ando à procura da saída do Eng. Sócrates de 1º Ministro».

Uma figura de proa do mundo partidário não preocupada em expressar-se em "políticamente correcto" merece sempre a maior consideração.

E o problema nacional não está tanto no PS quanto num José Sócrates deturpador, intriguista, despudorado e femininamente vingativo.

A propósito, ontem foi a Vila do Conde. Começou bem, no tonitruante número do abraço de Fábio Coentrão; acabou mal, ovacionado à despedida com dois ovos sobre o tejadilho do carro.

O Portugal político tem disto. Hoje há mais circo. E pão parece que também. Ainda.