É bom clarificar.
Na campanha eleitoral que se seguiu ao anedótico Governo santanista, o então estreante líder do PS - nem mais do que Sócrates - declarou repetida e perempóriamente só governaria com maioria absoluta a apoia-lo. E, muitas vezes instado a admitir o cenário de um resultado menos favorável, o homem - casmurramente, malcriadamente - insistia: não havia, nem admitia, outra hipótese, para além da sua "maioria absoluta".
Ficámos a não saber como iria ser. Até à verificação da imposição socratiana.
Ontem, Passos Coelho anunciou em caso algum haverá um Executivo PSD/PS. Limpidamente porque não considera possivel partilhar responsabilidades governamentais com o autocrata socialista. Como tantos e tantos de nós também não se sujeitariam.
Ficámos, assim, a saber o que não vai ser. Com tempo e espaço para reflectir e optar. Como é desejavel que aconteça.
Passos Coelho já subiu no meu barómetro. Só por causa da sua clareza. E, a avaliar pelos ecos da Imprensa, o anti-ciclone dos Açores vai fazer das suas na política nacional.