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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Curiosidades do mundo judicial

João-Afonso Machado, 28.02.11

Ao fim de 25 anos de advocacia, só lamento faltar-me já a paciência para - como vai acontecendo - continuar presenciando os mais espantosos casos.

Alguma vez, em lugar algum, assistirá alguém ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça ameaçando um Juiz de Instrução com um processo disciplinar por não destruir provas? E reforçando a pressão com o labéu de uma condenação indemnizatória?

São personagens deste enredo o Conselheiro Noronha do Nascimento e o Dr. Carlos Alexandre. O guião versa as escutas de conversas e mensagens telefónicas, trocadas entre José Sócrates e Armando Vara. O cenário, o processo "Face Oculta"...

Outra:

O ilustre deputado Sérgio Sousa Pinto (PS) criticou a proposta do Governo de pôr cobro aos estágios de advocacia não remunerados. Tem toda a razão, o Sr. Deputado. E sendo certo que os cidadãos cada vez mais recorrem ao "Apoio Judiciário", proceda-se ao pagamento justo e pontual das intervenções oficiosas dos advogados. Os quais, de modo nenhum podem prescindir do regular funcionamento do Ministério da Justiça. Como todos os portugueses, de resto, incluindo os ditos estagiários.

 

Sócrates: se (ao menos) Zapatero servisse de exemplo...

João-Afonso Machado, 26.02.11

A propósito dos conflito na Líbia, Faria de Oliveira, Presidente da CGD, prontamente avisou já: os portugueses vão ser penalizados com novas subidas do preço dos combustíveis. Quase simultâneamente, José Sócrates, também em reportagem televisiva, declarava não pretender alterar a despesa orçamental, até porque, de momento, "está atento e não há qualquer motivo de peocupação" para nós todos.

Como não me apetece chamar-lhe mentiroso - a um sábado, logo de manhã - urge concluir pela sua total irresponsabilidade. E adivinhar, talvez, nas suas palavras, a deseperança de quem já não acredita em muitas mais semanas de Governo.

Entretanto, aqui ao lado, Zapatero - pelo sim, pelo não... - lembrou-se de algo, a vários títulos proveitoso: impôs o limite máximo de 110 km/h nas autos-estradas. A reduzir o consumo e o risco de acidentes.

Algo que, pelos vistos, não preocupa o nosso atento 1º...

 

Gente realmente importante

João-Afonso Machado, 26.02.11

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Foi uma juventude irrequietíssima, da qual sou testemunha. Hoje, os dias vão mais calmos. Ficou na história o jornalismo desportivo, a paixão pelo automobilismo. Os anos passam sem distinção para quem quer que seja. E, no seu curso, muitos méritos: o Rali do F. C. Porto trazido para V. N. de Famalicão, o apoio prestado a um punhado de teams ligados à competição - o James, o Diabolique...

Findo o tempo das aventuras, sobreveio o do trabalho. O Rogério Ferreira abriu um dos grandes restaurantes famalicences - o Pátio das Figueiras, em Gavião, com o que há de melhor da gastronomia minhota. E fados às sexta-feiras. Uma recomendação. Melhor do que a comida, só a recuperação de uma bela casa rural.

Por muitos e bons anos, Rogério!

 

Trabalho precário: uma realidade duradoura

João-Afonso Machado, 25.02.11

Em bom rigor, no momento de nacional aperto em que vivemos, era expectavel todos abríssemos mão do nosso bem- estar, em prol do de um amanhã diferente e melhor.

Todos - começando pelo Estado. Blood, sweat and tears...

Essa é a história dos BMW's. Não está em causa a mossa que a frota automóvel pública possa causar na qualidade de vida dos particulares. Mas sempre ficaria o gesto de solidariedade, um comedimento de quem evita o escândalo e se compadece com a desgraça alheia.

Qualquer coisa como não ir de gravata garrida a um velório...

A questão torna-se ainda mais acintosa dentro do próprio aparelho. Refiro-me aos servidores estatais a prazo: no Ensino, na TAP...

E refiro-me, também, a cada vez mais notórias manifestações que vão despontando: como a do auto-proclamado movimento de luta laboral "Precários Inflexiveis".

Isso mesmo, inflexiveis. É para onde caminhamos - para a inflexibilidade. Contra os poderes públicos, sem apelo nem agravo.

 

O Kadhafi nos anos do liceu

João-Afonso Machado, 24.02.11

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Lembro perfeitamente, do meu tempo de liceu, o Muammar Kadhafi. Um rapaz de causas. Danado. Estou a vê-lo à dar para trás na Líbia, uma monarquia armada em menina bem, e de namoro pegado com a República Arábe Popular e Socialista, o nome mais comprido da turma, para uma gaja estreitinha de ideias e muito apeixeirada. Mas aí de quem ousasse soltar tal opinião! Aí vinha o Kadhafi de punho em riste e o pessoal todo atrás, porque ele era o maior, enfrentava a malta dos States e chamava-lhes na cara "imperialistas", "colonialistas", "fascistas", o diabo mais.

Era da pesada, o Kadhafi. Um ás no paintball. E, vá lá, engraçando com alguém, o Kadhafi oferecia logo a sua quinta, os seus préstimos, um lugar na equipa, treino à borla na mata e nos pastos. Tinha sempre uma kalashnikov consigo - pronta a disparar contra os manfios americanos, quando não a cedia a qualquer compincha. Desde que para os mesmos fins, claro.

Da última vez que soube dele, justamente, esses malandros dos camones tinham-lhe feito uma espera, à porta de casa. Partiram-no todo, os cobardes. E calaram-no.

Mas não é que o gajo reapareceu agora, em tudo quanto é jornal, riquíssimo, empresário, mandão? Aos empurrões a toda a gente!

Afinal qual será o verdadeiro Kadhafi? O de hoje ou o que me apresentaram no liceu?

Ainda hei-de perguntar isso ao Zé da Esquerda, qualquer dia.

 

Ontem, na Grécia; amanhã...

João-Afonso Machado, 24.02.11

Estudantes, pensionistas e trabalhadores. Uma centena de milhar deles. E mais uma manifestação de protesto, ontem, no centro de Atenas. Condimentada com uma greve geral e os inevitáveis conflitos com a Polícia.

O descontentamento dos gregos decorre das medidas de austeridade impostas. Foi, por isso, defronte ao Ministério das Finanças onde a violência atingiu o seu auge, com granadas de gás lacrimogénio lançadas de um lado e cocktails molotov do outro.

As escolas encerraram e os transportes públicos paralisaram. Os comerciantes correram os taipais das montras temendo as escaqueirassem e saqueassem o interior das lojas.

Enquanto isso, Sócrates (o nosso, não o grego dado à Filosofia) continua a assobiar para o ar, repetindo insistentemente que só sabe que nada sabe.

 

Ratos é que não

João-Afonso Machado, 23.02.11

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Num desses fins de tarde, onde se acoitava a beatitude. Gozando, em irmandade absoluta, o derradeiro adeus do sol.

Mas que fosse sob algum abrigo para a chuva, e a vida a desfiar-se em horas carregadas de memórias... Há sempre uma enseada segura onde a paz possa desembarcar em nós.

E dar conta dos ratos. É o diabo, a rataria! Onde ela permanece, é onde sobra fome para os demais. Sem esquecer os vampiros, a bem dizer, ratos também. Alados.

 

Um caso recorrente

João-Afonso Machado, 22.02.11

Ela tinha 89 anos; ele 85. Eram casados há 62. Viviam sozinhos, ou melhor, na companhia permanente do alzheimer da senhora. Cada vez mais insuportávelmente para o senhor.

E o desespêro ditou a tragédia: o homicídio seguido do suicídio. O marido já não conseguia conviver com a doença da mulher, macerava-o a sua vegetabilidade, e também não lhe apetecia a solidão dos dias que lhe restavam

Antes de se enforcar, escreveu cartas à família, explicando a sua conduta.

Mas - não existiriam meios de evitar tudo isto? Onde estavam, afinal, os famigerados direitos sociais deste pobre casal de velhos?

O episódio não ocorreu na selva, antes em plena Lisboa, nesta soalheira democracia à beira-mar plantada...

 

Nota: faço hoje este apontamento acreditando não será esquecido já amanhã.

 

S. Fábio e S. Helder

João-Afonso Machado, 22.02.11

Quanto se sabe, a gente do mar vem ao Interior em romaria. Cumprindo promessas, manifestando a sua fé e a sua esperança.

Mas sem acreditar na caridade. Como hoje, em Braga, junto da Segurança Social. A clamar contra o Governo, para variar.

Os pescadores nortenhos estiveram perto do Santuário da Senhora do Sameiro. Não em oração, mas em protesto. As mais recentes medidas legislativas levam-os ao fundo. O mar é o mar, a lei é um papel. Durante longos meses do ano só funciona o dito papel. Porque não há rendimentos. Donde: não pode haver tributação. Nem descontos - SS - dos armadores.

A questão (fiscal) é nova.

Os tempos, sem dúvida, mudaram.

Valham-lhes S. Fábio Coentrão e S. Helder Postiga!

 

O "casamento do ano"

João-Afonso Machado, 21.02.11

Creio já na Primavera, realizar-se-à o casamento do Príncipe inglês, William, com a jovem Kate. Da minha parte, - vão os desejos de uma vida muito longa e feliz - para o casal e para a Monarquia britânica.

E mais nada. O meu dia-a-dia é portador de muitíssimas outras ocupações, tristes ou alegres, mas sempre absorventes.

Porém, ainda ontem - e a semelhante distância temporal - lá vinha a notícia, pormenorizando sobre o anel de noivado, o vestido e o chapéu da noiva, o número de convidados para a cerimónia religiosa, aqueloutro, mais restricto, para o copo-de-água...

Os detalhes todos do já intitulado "casamento do ano"... Náo em qualquer revista cor-de-rosa, como seria de supor, mas... no jornal das 20h, na RTP1!!!

Se bem me lembro, imediatamente antes ou depois dos levantamentos populares na Libia.

A coisa afinal parece importante. De destaque, mesmo. Porquê?

 

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