O escândalo da actualidade
Em vésperas do início da campanha eleitoral para a Presidência da República, a esmagadora maioria dos candidatos já definiu o tema prioritário a debater. O vector da escolha do eleitorado. Nem mais do que os lucros obtidos por Cavaco Silva - ocasionalmente o concorrente favorito, segundo as sondagens, - na transacção de títulos de uma accionista do BPN, o favorecimento, de que o acusam, de amigos e correlegionários.
No alto do seu pedestal, sempre janota, o velho Bernardino experimenta um novo plastron. Pelo sim, pelo não...
Bernardino lembra-se do escândalo, por si e pelos seus comparsas incendiado, já no final da Monarquia, - a alternância de funções de José Luciano, entre a chefia do Ministério e a gestão da Companhia Geral do Crédito Predial Português... Lembra-se bem, o maroto. E não esqueceu que, do cargo de Presidente do Conselho ao cargo de Presidente da República, vai um passo do tamanho da mais alta magistratura dita nacional.
Bernardino tem presente outros relevantíssimos incómodos: a mediocridade do seu laico e eticista discípulo Alegre; os irresponsáveis que se candidatam do lado da restante Esquerda; o lunatismo dos outros micro-aspirantes à Presidência... Para além, é claro, da tibieza do previsivel vencedor - e investidor de mérito no mercado dos valores mobiliários!
Bernardino não é parvo. Demonstrou-o jogando sempre na antecipação. Por isso o plastron azul-branco com que ultimamente se pavoneia. Saudades do Pariato. Do Ministério. Do Partido Regenerador. Da sua familiaridade com a Casa Real portuguesa.
Ei-lo de regresso à Monarquia, o velho Bernardino. Aposto!