Presidenciais - os debates (IX)
Safa!, pensei não acabassem... Mas foi agora o derradeiro suspiro da palhaçada. Protagonistas - os putativos pesos pesados nestas Presidenciais. Comecemos, então, pelo fim.
Tudo não andou além da paisagem. Ou de um jogo de xadrês, tosco e mal jogado. Em que Cavaco Silva cilindrou Manuel Alegre. Principiando logo - reconheça-se - num elegante ataque, friamente vingando todas as diatribes que o opositor lhe lançou durante os antecedentes debates com... os restantes candidatos.
Por três ou quatro vezes a pivot corrigiu os lapsu linguae de Alegre! Que colhia, atarantado, os frutos do seu veneno - porque acusou Cavaco de enganar os portugueses, a sua falta de sentido de Estado (figurou-se-me que o vate é ledor dos nossos Amigos do ES...), porque determinou Cavaco fosse a favor dos despedimentos sem justa causa, omitindo a pronúncia sobre medidas tomadas pelo Governo... do Partido apoiante dele mesmo Alegre, seu filiado!!! Porque, enfim, não se privou de lançar insinuações sobre a promiscuidade entre a política e os negocios, imiscuindo o rival nesse embróglio, esquecendo foram os socialistas a aprovar a nacionalização do BPN!
É gente assim que se candidata à mais alta magistratura nacional! Aliás, e por isso, há cem anos in sede vacante.
Cavaco foi mais elegante e não se revelou gágá. Conseguiu manter a boa-educação e a coerência. Ainda teve tempo para umas breves lições de constitucionalismo a Alegre. Sobre este, acrescentar-se-á somente, até no minuto final foi feio e demagógico - um auto-proclamado presidente de todos os portugueses apelando ao voto do povo de esquerda!
Vale o exposto como uma adesão a Cavaco? Mil vezes - não! O recandidato tem defeitos, medos, prudências, habilidades graves, vindas de trás, nada indicando as modifique. Fez o mais fácil - bateu num ceguinho. O seu segundo mandato é certo, como certo é o seu confronto, pós eleição, com o Governo que tentará derrubar.
Por tudo, e sem diplomacias - Viva a Monarquia!, Viva Portugal!
(Aí vai mais um voto em branco).