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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Um Santo Natal para todos

João-Afonso Machado, 24.12.10

Esta é uma noite vivida em Família. Não quero, por isso, antes que ela principie, deixar de desejar aos restantes colaboradores do Corta Fitas, aos seus comentadores e leitores - a todos, em geral - um Santo Natal, um inesquecível momento de Paz.

De Paz e em paz connosco mesmo. Porque só haverá Paz no Mundo quando os nossos espíritos encontrarem a paz que merecem e precisam.

O melhor Natal para todos!

 

 

Mimetismos

João-Afonso Machado, 24.12.10

Guia-as a fome. Mas é o gelido sabor da geada que as suas bocas encontrarão, como se a Natureza, sádicamente, confundisse a sequência das estações e o que mais se espera, em cada uma. São oito da manhã e o rebanho dilui-se na aqui chamada neve. (A que desce do céu tem outro nome: foleca). O sol ainda não reuniu forças para subir acima do arvoredo, nem o termómetro para ultrapassar os 0ºC.

As mãos doem, assim que se escapam dos bolsos. O dia bate os dentes e não articula palavra. Além das cabras e dos chapins, no topo dos ramos despidos, mais ninguém encara o frio. Entrámos no Inverno. Por coincidência na época do lar mais aquecido do mundo: o Presépio!

 

Presidenciais - os debates (VII)

João-Afonso Machado, 24.12.10

Grande susto para Cavaco Silva! Em despreocupado passeio no debate público, seguindo o conselho do seu médico de família - uma voltinha após o jantar, para fazer a digestão - eis senão quando Defensor o ataca nas canelas. Sem razões para tal, sem motivos quaisquer, Cavaco sequer o acirrara. Mas não é que antigas questões bancárias, investimentos pessoais, sofisticações financeiras, se vêem, repentinamente, abocanhadas e arrastadas entre rosnadelas ameaçadoras?

Cavaco reagiu com calma, sempre deixando bem clara a sua indignação. Defendeu-se escorreitamente e, sem perder a compostura, foi pondo Defensor no lugar que lhe compete. Que afinal é nenhum!

Bem podia o distinto vianense fazer da sua campanha um manifesto entusiasmado pró-regionalização. Promovendo, por exemplo, o ressurgimento das nossas provincias de sempre, do Minho ao Algarve, tendo por fronteiras o que as diferencia geográficamente, em vez da régua e do esquadro, lapizando no mapa os caprichos dos poderes administrativos.

Assim, escangalhou-se todo. Porque se há algo a que Cavaco é imune são as negociatas. Numa certa e curiosa semelhança com Salazar, que todos sabemos ter morrido pobre, embora sempre contemporizador com os grandes magnatas. Com os grupos económicos, na terminologia da era cavaquista. Austeros em casa, discretos na rua e liberais quanto às vidinhas dos que os rodeiam. Por trás de homens destes, nunca falta uma Maria...

Em suma, outro debate a nada mais levando além do reforço da incontornável ideia - preciso é mudar o regime.