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MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

MACHADO, JA

A minha escrita, a minha fotografia, o meu mundo

Presidenciais - os debates (V)

João-Afonso Machado, 21.12.10

Cavaco Silva e Francisco Lopes nada debateram. Limitaram-se a cumprir calendário ou, se quiserem, a desempenhar o seu número, à hora ajustada para um espectáculo pobre, monótono, já visto e revisto.

Como seria de esperar, cabia a Lopes o papel, mais agressivo, de interpelar, provocar, o adversário. Este, por seu turno, retorquiu com um quase silêncio de quem nenhuma atenção presta ao gaiato irrequieto e barulhento.

Foi isto. Com Lopes nas eloquentes esferas do impossivel, pregando contra a nossa submissão "à voz dos mercados". Ele, Lopes, uma vez eleito Presidente, logo trataria de puxar as orelhas aos meliantes da alta finança internacional...

(E se a gente votasse Lopes, só para gozar o pratinho, depois?).

Já Cavaco vestiu as roupagens professorais e debitou algumas evidências - para toda a gente menos, talvez, para Lopes. Jurou fidelidade às PME's, repetiu - repetem sempre... - a estafada mentira do presidente de todos os portugueses e, perguntado se era, ou não, favorável à consagração constitucional do princípio da justa causa de despedimento, agiu na sua peculiarissima forma de fugir às dificuldades. Não respondeu - descaradamente, não respondeu. Era matéria dos partidos, da AR, nada sobre que um candidato presidencial se deva pronunciar!

Venham os próximos. Nunca mais é Janeiro. Este show já deu o que tinha a dar.

 

Um OVNI na Fnac

João-Afonso Machado, 21.12.10

Foi visto por muita gente e, para os cépticos, aqui deixo o indispensável registo fotográfico. Entrou num zzzzz quase inaudível, exímiamente conduzido, tal a multidão que atravessou incólume.

Provocou alguns desmaios de senhoras idosas. Gerou-se mesmo certo pânico. Um ex-combatente dispôs-se ao realistamento, não sem antes bradar

- Às armas!!!,

julgando tratar-se de uma invasão e empunhando uma consola, como se de uma moca se tratasse.

E, afinal, o OVNI pretendia apenas conhecer os nossos bizarros hábitos natalícios. Comandava-o uma jovem nauta, muito desembaraçada e nada desengraçada. Efectuou mais umas piruetas, a pedido, subindo na vertical, voando a centímetros do chão, ziguezagueando, enrolando-se em loopings fantásticos. Até aterrar, mansamente, em plenos sonhos da adolescente, cujo sorriso repetia, incansável,

- Bem-vindo!, bem-vindo!,

assim ajudando a quebrar o gelo, porque os adultos, não obstante todos os sinais de cortesia, agarravam-se aos bolsos, às carteiras, não fosse tratar-se de uma patranha qualquer, uma rasteira aos seus parcos orçamentos de Natal.

Mas não, nada de armadilhas ou atentados. O quadricóptero (assim disse a comandante chamar-se a sofisticada nave) vinha de um planeta pacífico, curioso, investigador. Vinha por bem, apenas receoso dos chineses e dos FMIanos.

Recomendámos-lhe, por isso, a maior prudência nesta sua estadia em Portugal.