Presidenciais - os debates (II)
Foram antecipadas as vimaranenses Gualterianas do ano que vem. Com o especial programa da luta corpo-a-corpo. Soou a charamela e os combatentes chegaram-se. Atacou o Mouro (encomendado em Viana do Castelo): "há quem não goste da aproximação do BE ao PS". A punhalada ficou no ar... Logo ripostou o Ético Cruzado invocando a sua experiência política. Porque a do adversário - auto-reconhecidamente - era médica e autárquica. Ainda aqui não se verificaram ferimentos.
E foi referindo as suas "disputas na AR". Pois que se não digam, concordamos todos. Mais uns mimoseios, a proclamada humildade de não se falar na experiência parlamentar - cortesias de parte a parte, em suma, - e um ataque avassalador contra... Cavaco Silva. Um dignitário ausente!
O Ético assim desprezava o Mouro. Simpáticamente, paternalmente. Sem revolta do, já na 1ª Dinastia, submetido e nada problemático opositor.
A sinistra pestilência do Presidente/Governo de Direita pairou no ar. E o Ético Cruzado cavamente profetizou, a ocorrer essa epidemia, o triste fim do Serviço Nacional de Saúde. Como quem diz - não me apoiais, ides todos para o inferno. Aliás, recorrendo às antigas leituras: "a opinião pública não é a opinião publicada" (vd. D. Carlos, Rei de Portugal).
Entre o choque dos aços, ouviram-se outras palermices sobre os macabros despedimentos laborais - e mais ais!, como aleivosias visando direitos sociais.
A assistência quase dormia já. Ainda o Mouro ensaiou o tema da corrupção e do clientelismo, mas sem sucesso. O adversário insistia nos ataques ao cavaleiro Cavaco Silva. Acabaram os dois contendores em uníssono contra esse fantasma.
E, a finalizar, tropeçaram os farsantes na saga dos paladinos dos sacrificados pela crise. De tal maneira que a espada do Cruzado Ético, levada no entusiasmo, ceifou a cabeça do Mouro. Este, ao cair de bruços, enterrou o punhal no peito do outro.
Menos dois, portugueses!