Às voltas com a crise
Mais um Prós e Contras, hoje. O tema: "Compreender a crise". Os convidados: D. José Policarpo, Cardeal de Lisboa, e os Profs. Adriano Moreira, José Barata-Moura e António Barreto. Respigo, apenas, excertos da suas intervenções que acentuam o pendor do seu pensamento.
Serenamente, o Senhor Cardeal frisa a alma, a identidade cultural portuguesa, decerto a estas horas um tanto confundida, baralhada, com todos os inconvenientes daí decorrendo. Ao ponto de a democracia participativa ser apenas uma irrealidade.
Por seu turno, o Prof. Adriano Moreira vai à História buscar a Igreja, a Aliança luso-britânica, a CEE/UE para explicar o momento actual. E prossegue em detalhadas análises no campo do Direito Internacional Público, almejando sempre enquadrar as nossas fragilidades.
Do Prof. Barata-Moura não se esperaria não alicerçasse a crise nacional em razões de ordem política economica-financeira. Utilizando palavras suas, as "aventuras especulativas" são a alma do diabo e o corpo da lusa desdita. Concretamente, no que tange ao serviço de saúde e aos direitos laborais. E tudo sempre na óptica de uma cabala mundial. Só podia ser assim, levando em conta as bases das suas convicções filosóficas.
Já na reflexão do Prof. António Barreto vou encontrar a - tão distante e tão acessivel - constatação de que, de há 40 anos a esta parte, o Mundo globalmente melhorou. Nós, portugueses, é que não acompanhámos esse melhoramento. "O que andámos a fazer" durante esse tempo, inquire António Barreto?
Pois claro. Obvia é a nossa humana pobreza de recursos e, assim, a nossa responsabilidade pelos nossos males. "Trabalhar e poupar", recomendou.
O debate vai a meio, mas afigura-se interessante. Intragáveis são - serão sempre - as constantes interrupções e àpartes de Fátima Campos Ferreira. Porquê essa necessidade de demonstrar que estudou a cartilha?